Eu, sinceramente, prefiro tomar no cu a ter que carregar essa responsabilidade. A barriga está ali já há uns malditos vinte anos, e deverá permanecer ali por talvez mais vinte. Custe o que custar. Nem que, para que isso aconteça, todas as relações tenham que girar ao redor dela. O antigo rei na barriga e a atual ditadura da barriga. Ela tem que permanecer sempre dura, resistente a tudo e a todos. Podem dar porrada à vontade! Ela agüenta. Ela não conhece a bebida alcoólica, ela não conhece qualquer substância degenerada. Ela só conhece aquilo que mantêm, não o que transforma. Talvez sentimentos também não são questões que passem por este modelo da barriga contemporânea.
Barriga de grávida: Também tão valorizada no nosso tempo. Barriga deformada e a barriga ideal. Contradição? Dialética? Estrutura do capitalismo?
Enfim, isso acaba não interessando. O que interessa mesmo é que a flacidez está no mundo. No dia-a-dia as barrigas flácidas andam pra lá e pra cá, se movem em ondas através das diferentes atividades do ser humano. Na corrida para pegar o ônibus, na respiração e na hora do sexo. Existem barrigas flácidas para todos os gostos.
As barrigas-modelo são puro photoshop (ou outra tecnologia que eu desconheço). As barrigas-cópia transitam pelo imaginário e tentam ordenar o mundo. As barrigas-simulacro, desordeiras, estão na vida das pessoas. Seria correto dizer que as barrigas-simulacro produzem mais vida do que as barrigas-cópia? Certamente elas estão ali mais frouxas e flexíveis, podem criar mais que as barrigas-cópia, reféns de uma eterna juventude e imobilidade. Questão orgânica, bio-filosófica-política.
Se olharmos mais de perto as barrigas-simulacro (podemos dar um beliscadinha também, afinal, são macias e fofinhas), veremos que existe a grande possibilidade de percebemos que elas são reais. Pura realidade material. Não são algo a ser necessariamente trabalhado para que se transforme no sujeito consciente e universal. Elas vão resistir! Elas têm potencial revolucionário do jeito que são.
Aí é que está. Se a diferença vem primeiro, se a partida do modelo ideal e das cópias são pura metafísica, os simulacros podem nos mostrar que a vida acontece, mesmo que não alcancemos aquilo sempre esteve no futuro. Eu não gosto de tomar no cu, e talvez também não goste da minha barriga-simulacro, mas não quero essa responsabilidade da barriga-modelo.
Barriga de grávida: Também tão valorizada no nosso tempo. Barriga deformada e a barriga ideal. Contradição? Dialética? Estrutura do capitalismo?
Enfim, isso acaba não interessando. O que interessa mesmo é que a flacidez está no mundo. No dia-a-dia as barrigas flácidas andam pra lá e pra cá, se movem em ondas através das diferentes atividades do ser humano. Na corrida para pegar o ônibus, na respiração e na hora do sexo. Existem barrigas flácidas para todos os gostos.
As barrigas-modelo são puro photoshop (ou outra tecnologia que eu desconheço). As barrigas-cópia transitam pelo imaginário e tentam ordenar o mundo. As barrigas-simulacro, desordeiras, estão na vida das pessoas. Seria correto dizer que as barrigas-simulacro produzem mais vida do que as barrigas-cópia? Certamente elas estão ali mais frouxas e flexíveis, podem criar mais que as barrigas-cópia, reféns de uma eterna juventude e imobilidade. Questão orgânica, bio-filosófica-política.
Se olharmos mais de perto as barrigas-simulacro (podemos dar um beliscadinha também, afinal, são macias e fofinhas), veremos que existe a grande possibilidade de percebemos que elas são reais. Pura realidade material. Não são algo a ser necessariamente trabalhado para que se transforme no sujeito consciente e universal. Elas vão resistir! Elas têm potencial revolucionário do jeito que são.
Aí é que está. Se a diferença vem primeiro, se a partida do modelo ideal e das cópias são pura metafísica, os simulacros podem nos mostrar que a vida acontece, mesmo que não alcancemos aquilo sempre esteve no futuro. Eu não gosto de tomar no cu, e talvez também não goste da minha barriga-simulacro, mas não quero essa responsabilidade da barriga-modelo.
E aí Diego? Blz?
ResponderExcluirCurti afu tua postagem, espero que continue escrevendo.
To seguindo teu blog (essas modernidades!). Da uma olhada no nosso, se quiser, faça parte também!
Beijo!
Sou fã deste texto!
ResponderExcluirgosto muito de texto aforismo! ele nele mesmo, é!
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