segunda-feira, 11 de abril de 2011

O mal-estar na História

“À medida que buscamos as origens, vamos nos tornando caranguejos. O historiador olha
para trás; até que finalmente também acredita para trás” (Nietzsche)
Porque não estamos mais conformados com as respostas históricas? Onde as explicações
que outrora davam conta das regularidades do social andam falhando? Por que o modo de produção feudal não se configura mais como uma chave para entendermos um processo de que hoje somos parte? Porque muitas sociedades não acompanharam a marcha da liberdade e da democracia inauguradas com a Revolução de 1789? Por que tomar o poder central não está mais bastando?

O aparente pode ser mais transparente com uma genealogia cinza?

A origem estaria se escondendo entre a grama das multiplicidades?

As ruínas, antes vestígios do passado, agora são construções do progresso?

A revolução proletária estaria virando reforma das novas identidades?

O saber, a tanto casado com a liberdade, foi para a cama com o poder?

O poder pode ser uma ponte entre nós?

A História não seria mais conduzida pelo futuro?

Mal-estar na História. Mal-fazer História. Mal-saber História. Mal-acabada História.

Um comentário:

  1. É vero. Há um grande mal estar. Seria eu muito sonhador a imaginar os historiadores e estudiosos em geral mais conciliadores e menos entrincheirados atrás do que acreditam? Porque 8 ou 80? Ou marxismo ou História cultural? Não sobrou nada de bom no marxismo? Impossível! Tudo bem. A luta de classes de classes não explica mais a passagem de um modo de produção a outro; tudo bem: a teoria marxista ou outra que procuram dar conta da globalidade, como tal falham. Mas mesmo não dando conta da globalidade, elas merecem a saraivada de críticas como se nada ali prestasse. Como se ali não saisse nenhum conceito válido. O modo de produção não é uma realidade? O fato de a luta de classes não ser o motor da história como se pretendia, anula automaticamente o conceito de modo de produção? As pessoas não se relacionam entre si e com a natureza para a produção de sua vida material? De fato que sim. Daí isso ser infraestrutura que determina a super já um passo além, e se não me engano o próprio Engels disse que o econômico não determinava. Enfim, muito pouco li Marx e Engels, mas acho que tem coisas boas, digo, bons conceitos que podem ser usados. Inclusive em sala de aula. Aprofundamento teórico não é para os estudantes colegiais mesmo. Então não seria válido explicar a eles determinadas formações socias baseadas no conceito de modo de produção? Porque não? Já disse um professor pós moderno do IFCH: "não é preciso ser marxista para saber que a sociedade é dividida e dominadores e dominados".
    Mas olha: não me vem como essa de quem veio primeiro. Se é o ovo ou a galinha. Se é o material ou o mundo das idéias. A primeira coisas na vida de qualquer ser vivo (com o perdão da redundancia) é a PRODUÇÃO DA SUA SOBREVIVENCIA.

    Bem, vou indo. Não sei se o bloger vai aceitar esse monte de coisa que eu escrevi. Não sei se ta certo. Sou um recem formado. Não li um terço do que os nossos doutos profes leram. Não revisei o que escrevi. Então agora com licença porque eu vou clicar no botão da postagem. Falo!

    ResponderExcluir